Texto
extraído do livro Astrologia Cabalística - Anatomia do Destino
Warren Kenton
Editora Pensamento
De quando em quando, temos tocado no tema da escolha, mas agora comecemos a examinar, em minúcias, o que isso quer dizer realmente, para observar que há de fato, graus de escolha. Primeiramente, já ficou estabelecido que conforme o Universo se desdobra, ele segue uma série hierárquica de influências interpenetrantes que se manifestam em cadeia que atravessa todos os quatro Mundos, de ponta a ponta, descendo através da via-láctea e do sistema solar até a vida existente na Terra. A natureza, que é composta por três ordens de seres celulares, é sensível, em graus variáveis - partindo das plantas, passando pelos animais e chegando até o homem - à influência cósmica. Falando de maneira geral, os dois níveis mais inferiores reagem lentamente às mudanças celestes, mas a humanidade, sendo a mais evoluída e particularmente sensível ao Mundo Sutil, às vezes reage dramaticamente às ocorrências dentro dos mundos planetários. Estas reações podem tomar a forma de movimentos de massa, que se manifestam em acontecimentos tais como guerras, revoluções Sociais e grandes migrações. Do mesmo modo que as plantas e os animais, a maior parte da humanidade não tem qualquer percepção destas pressões celestes, mas há, como já foi dito, alguns indivíduos que estão conscientes das intempéries cósmicas, aceitam-nas e as utilizam para progresso próprio ou geral. Eles são possuidores daquela riqueza muita rara - livre arbítrio total. Todavia, antes de começarmos a compreender este nível da humanidade, devemos estudar as partes física, vegetal e animal do homem para ver como há graus de livre arbítrio que estão na dependência do desejo corporal, da consciência psicológica e da escolha espiritual.
O corpo físico, no qual uma pessoa habita, é composto de uma multiplicidade de células que foram desenvolvidas pela Natureza, compondo um conjunto de sistemas, que se influenciam reciprocamente, operando uma multiplicidade de ações que vão desde a digestão dos alimentas até a composição de uma delicada peça de joalheria.
Figura 12. GRAUS DE ESCOLHA. O Ascendente não tem escolha, somente o desejo instintivo de servir satisfatoriamente. A Lua é o ego, ou nível social, com sua necessidade de ajustar-se. Isto a coloca sob o domínio do destino de grupos. O desejo de dominar do homem animal vive um destino inconsciente, enquanto que o segundo nível, do Sol psicológico, pode finalmente observar e às vezes guiar a si próprio. O destino pertence ao aspecto espiritual do Sol.
Além disso, esta máquina orgânica pode, por exemplo, corrigir sua própria temperatura, levar em conta a umidade e até mesmo reparar desordens de maior gravidade dentro do seu próprio mecanismo. Ela faz tudo isso sem o consentimento do locatário. Mais ainda, sob certas condições, ela possui um sortimento de opiniões resolutas, tais como o desejo de evitar a dor, de procurar o prazer e de fugir de qualquer ameaça de destruição. A conclusão óbvia, e uma pequena dose de auto-observação confirmam isso - é que o corpo tem uma vontade clara e poderosa, exclusivamente sua. O exemplo clássico é a necessidade biológica de comer. Quando uma pessoa está com muita fome ela será forçada, por esta vontade - a menos que seja uma criatura extraordinária - a trabalhar e, em circunstâncias desesperadas, a roubar e até mesmo matar para saciar-se e sobreviver. Sendo assim, observamos que o corpo tem uma influência considerável, consciente ou inconscientemente, visto que ele motiva a maioria das pessoas. Esta é a verdadeira força do Ascendente.
Visto com minúcias astrológicas, o Ascendente, em relação aos desejos e aversões físicas, dá ao corpo uma qualidade elemental particular. Os signos Ascendentes do elemento Terra, por exemplo, têm uma secura fria, os de Água têm uma qualidade ligeiramente viscosa, enquanto os signos de Ar possuem um calor úmido e os de Fogo uma qualidade radiante e seca. Estas qualidades elementais do corpo não somente dão uma sensação clara de peso, fluidez e vitalidade, mas, obrigam a pessoa a procurar uma certa condição física proveitosa para a saúde, ou a evitar aquelas que são antipáticas ao organismo. Assim, um Ascendente Leão é, freqüentemente, alguém com uma necessidade irresistível de procurar o Sol, enquanto que um Capricórnio Saturniano prefere os lugares secos e sombreados. Estas necessidades corporais indicam certos limites de preferência natural, que realmente eliminam o princípio de escolha. Sob o comando de um conjunto similar de leis elementais, pessoas que têm o mesmo tipocorpo sentem-se atraídas ou não se interessam por aquelas que se relacionam ou não se relacionam com seu elemento físico. Falando de um modo geral, os tipos de corpo Terra e Fogo sentem pouca atração um pelo outro, desde que um é sufocado e o outro se queima, enquanto o Ar e a Água produzem uma espuma que afoga. A menos que haja uma sobreposição de planetas e luminares em signos simpáticos, o encontro físico nunca será um insucesso. Desse modo, aqui há pouca possibilidade de opção, ou, na verdade, muita evidência de livre arbítrio, uma vez que atraímos e repelimos justamente numa base física.
Ao lado do desejo de sobreviver há o impulso vegetal, do organismo, de acasalar e reproduzir. Por certo, esta é uma das vontades mais poderosas. De fato, depois de procurar um lugar seguro para morar e comida suficiente para alimentar-se, o tema do acasalamento é a grande preocupação da maior parte da humanidade. Ele não é demonstrado somente nos encontros tribais na clareira local, no salão de baile da cidade, nas festas ou nas reuniões da alta sociedade, onde se desenrolam os dramas das intermináveis intrigas de amor, mas nas artes, na moda, nos negócios e em tudo o que se relaciona com o tema do homem e da mulher. Embora este seja um fato óbvio da vida, ele ilustra o poder do sexo e como este sexo convence as pessoas a se colocarem num estado de submissão no qual não somente desfrutarão dos prazeres do amor, mas, suportarão suas dores e assumirão a pesada responsabilidade de organizarem um lar e procriar e educar filhos. O desejo vegetal de reproduzir-se domina a vida da maioria das pessoas, numa extensão tal que elas não pensam em qualquer outra coisa. Geração após geração cai sob o domínio deste impulso de acasalamento que não tem nenhuma relação com a verdadeira escolha. As pessoas poderão pensar que seu relacionamento não tem termo de comparação, mas, exceto por algumas poucas diferenças exteriores, ele é exatamente igual a milhões de outros existentes no mundo inteiro. Este é o poder da Lua e dos planetas inferiores, Mercúrio e Vênus, não o arbítrio individual.
A Lua, Mercúrio e Vênus são os princípios que estão por trás dos processos vegetais existentes dentro de nós. No nível físico, a Lua governa os ritmos dos órgãos e dos tecidos, e os planetas inferiores governam os mecanismos controladores situados dentro do organismo. Aqui, naturalmente, os três podem ser vistos na influência dos posicionamentos astrológicos e seus efeitos sobre as funções biológicas. Para ilustrar, vamos supor que Vênus está em seu próprio signo, Touro, na hora do nascimento. Isto torna sua influência muito poderosa no corpo, criando, assim, um desejo muito grande de encontrar o agradável e evitar o desagradável. Se, por outro lado, Mercúrio está em Peixes, seu detrimento, então as reações do corpo serão lentas, o cérebro será confuso e estará sujeito a períodos de insensibilidade e ausência de coordenação. No caso da Lua, se no momento do nascimento ela se encontra em, digamos, Sagitário, e se recebe aspectos adversos, então o organismo terá disposição para esbanjar sua energia e desperdiçar sua substância; assim, o corpo desejará movimentar-se quando deveria repousar e desejará comer quando deveria estar em dieta. Aqui nós vemos, mais uma vez, como a vontade pessoal tem pouco que ver com a maneira como agimos no sentido físico O fato de que temos estes ou aqueles signos governando a Lua, Mercúrio e Vênus, tem grande relevância no que concerne à nossa atuação, não somente num sentido geral, mas também no dia-a-dia, conforme a Lua se desloca através do Zodíaco. Desse modo, numa segunda-feira, quando ela se coloca em conjunção com a nossa Lua natal, sentimos uma disposição excelente e achamos que podemos empreender qualquer coisa, enquanto que na segunda-feira seguinte, quando ela se coloca em quadratura com a nossa Lua natal, sentimo-nos deprimidos a despeito de havermos atravessado alguns dias de harmonioso sextil. Quando a Lua se coloca em oposição à nossa Lua natal; depois de termos atravessado dois dias de alívio num trígono lunar ficamos tensos; mas esta tensão que dura dois dias é aliviada por um outro trígono, antes de chegarmos a mais um dia ou dois de dificuldade provocada por outra quadratura que se verifica antes de que voltemos a ter disposição para começar a fase seguinte da operação. Aqui, na verdade, não existe uma grande dose de real iniciativa se você não tem percepção do que está acontecendo.
Pelo fato de que a maioria prefere "viver sob o domínio da Lua", como se costuma dizer, o estado do corpo comanda a maior parte das pessoas. Isto significa que elas recusam ou não admitem a opção de elevar-se acima da sua condição física. Aqui começa o primeiro grau de escolha. Ora, embora os reinos mineral, vegetal e animal, não tenham qualquer escolha porque são parte da evolução geral, o mesmo não se dá com a humanidade. Cada ser humano recebeu a opção da escolha. Isso é patrimônio hereditário, dele ou dela. Todavia, quase todos os indivíduos ignoram este privilégio e, conseqüentemente, desistem do papel ativo que poderiam desempenhar em suas próprias vidas e na Criação. Ora, alguém poderia argumentar que as condições físicas excluem qualquer decisão a respeito de assuntos tão delicados como o livre arbítrio, mas a evidência não apóia esse argumento. De fato, nas condições de maior pobreza, como na Índia, freqüentemente são encontrados os maiores expoentes de assuntos espirituais e livre arbítrio. Além do mais, o inverso muitas vezes é constatado em sociedades de grande avanço material, onde as pessoas têm tempo disponível e têm uma ampla escala de opções. O livre arbítrio é um direito de todos os indivíduos, e a primeira escolha é aceitá-lo ou não. No caso daqueles que evitam esse direito, ele não fica perdido, porém, é colocado em inatividade temporária até que a Providência crie uma situação de crise (o que ela geralmente faz várias vezes na existência de cada um), onde uma decisão tenha que ser tomada. Esta crise ocorre no nível pessoal ou numa situação geral, como uma crise nacional que durante algum tempo sacode inúmeras pessoas arrancando-as dos seus hábitos lunares. De fato, diz-se que essa é a função da crise e do mal, mas este ponto será discutido mais tarde. Aqueles seres humanos que aceitam a opção de escolha avançam para o grau seguinte, mas isto ainda não é realmente livre arbítrio, pois, embora eles possam elevar-se acima da lei geral de condicionamento mineral e vegetal, ainda estão sujeitos ao desejo de seu aspecto animal As pessoas que alcançaram este estágio constituem o nível animal da humanidade.
A parte animal da natureza humana é aquele aspecto que tem autovolição. Isto significa que, diferente da planta que é basicamente estática e é influenciada pelo ambiente que a rodeia, o animal pode movimentar-se. Interpretado nos níveis humanos vegetal e animal, o paralelo é muito exato. Enquanto que o estado vegetal do homem torna-o passivamente sujeito ao que quer que seja que esteja ocorrendo ao seu redor, o estado animal é ativo nas reações. Visto do ponto astrológico, isto significa que uma pessoa começa a viver de conformidade com o seu Sol, e não com a sua Lua. Isto é, ela tem um grau de consciência que a pessoa lunar não tem, e isso lhe dá uma dimensão e um raio de ação completamente diferente. Em contraste com os indivíduos vegetais, que se adapta mais ou menos ao seu meio ambiente e aos costumes sociais, o indivíduo animal começa a afirmar sua individualidade. Ele quebra e faz as regras, enquanto que o indivíduo vegetal apenas as perpetua porque prefere não fazer nenhuma outra coisa mais; conseqüentemente, limita-se a seguir os velhos costumes porque eles oferecem um mínimo de aborrecimentos e proporcionam um máximo de segurança, não importa quão ruins ou injustos sejam. Qualquer coisa serve, contanto que a gente possa sobreviver sem ter que enfrentar problemas demais - pensa a psique que está sob o domínio lunar. Aqueles governados principalmente pelo Ascendente pensam ainda menos, e simplesmente procuram satisfazer as necessidades do corpo. O nível animal rejeita toda esta letargia aparente, toda esta falta de vontade, e deseja dominar a situação e depois modificá-la de acordo com suas próprias opiniões.
O homem e a mulher no nível animal são facilmente reconhecidos em qualquer sociedade. Eles são indivíduos de ação. Destacamse da massa comum não somente por seu comportamento mas também por sua vitalidade, quer se trate de um Áries óbvio na sua abordagem direta ou da sutil, porém poderosa, diplomacia de Libra; do aço frio do impulso de um Virgem determinado ou da ambiciosa paciência das maquinações de um Capricórnio. Isso pode ser percebido em todos os signos, cada um assumindo o aspecto ativo da sua natureza.
Não há nenhum que não possa expressar o poder e a volição do nível animal de um ser humano. A decisão é a origem desta atividade. Em certos momentos da sua existência, alguns indivíduos preferem não 'agir passivamente, como a maioria das pessoas. Eles "não" farão como os outros. Não serão escravos de qualquer situação, porque vêm a si mesmos como senhores. Esta conclusão é absolutamente diferente da fantasia lunar do ego-Lua, que apenas imagina que é senhor de si mesmo.
A confiança dos indivíduos animais está baseada num vislumbre das suas possibilidades conforme corporificadas no seu signo do Sol, onde eles percebem sua verdadeira natureza; para os que foram criados e quais os dons e talentos que possuem. Todavia, esta visão - que talvez tenha se manifestado na infância ou na juventude, ou até mesmo na maturidade - é parcial porque inicialmente cria apenas o desejo de ser diferente dos outros, de ser superior aos outros. Tal maneira de pensar dá o tipo de arrogância que se poderia esperar do princípio solar que viu apenas sua própria glória. Ele encararia o mundo como seu reino e julgaria que os outros deveriam seguir suas ordens porque poderia ver, com o olho brilhante do Sol, a yerdade acerca de qualquer situação. Este senso de auto-importância é a base da psicologia da maioria dos indivíduos animais e dá a eles a radiância característica que os destaca da massa, que segue sua luminosidade em qualquer campo onde exerçam sua dominação.
Faz parte do mundo animal ter uma categoria acumulativa, uma hierarquia de força, e o mesmo sucede no reino, animal da humanidade. No princípio, o jovem animal cria sua marca sendo deliberadamente diferente dos seus companheiros. Freqüentemente, seguindo seus próprios caminhos ele adquire seguidores sobre os quais exerce seu desejo de dominar. Este fenômeno acontece em todo o bando e grupo social. O mesmo ocorre em partidos políticos, sociedades elegantes e muitas comunidades ditas religiosas. Todavia, no trabalho e na situação profissional, as coisas são diferentes porque habilidades e precedentes estão envolvidos. Geralmente, a maioria das pessoas alcança uma posição elevada pela virtuosidade na sua arte ou no seu negócio, ou pelo fator tempo na antiguidade, quando então calça os sapatos de outros. Contudo, no caso do homem animal este é um processo geralmente vagaroso ou cansativo; assim sendo, ele ganha acesso ao topo fazendo contato com as pessoas animais que no momento estão comandando, ou então cria uma crise, até mesmo uma revolução, para derrubar aqueles que estão ocupando o trono e tomar seu lugar. Este processo é observado em acontecimentos grandes e pequenos, quer numa intriga de gabinete ou num coup d'état. Napoleão Bonaparte é o exemplo clássico do homem animal par excellence. Dramático desde o início, ele se destacou como um jovem oficial de artilharia que, por meio de ardis, eliminou todos os outros rivais. Como se poderia esperar, este elemento de conflito e confronto é típico do nível animal. Astrologicamente, o Sol do homem animal é o primeiro estágio de vontade própria. Como tal, ele anula o nível lunar refletivo, ou nível do ego, e domina não somente sua própria Lua, mas também a dos outros que se colocam ao alcance dos seus raios. Esta radiância é a base da qualidade carismática de indivíduos animais como Napoleão, que literalmente resplandecia em qualquer reunião de pessoas inferiores, governadas pela Lua.
Ora, muito embora os indivíduos dominados pela Lua tenham um padrão de vida, este não é tão bem definido quanto o destino de uma pessoa animal. Isto acontece porque a pessoa lunar está mais sujeita às influências exteriores gerais do que o indivíduo solar, que segue sua própria natureza. Um homem, por exemplo, trabalhando numa fábrica ou num escritório, para sustentar sua família, não tendo qualquer ambição particular para satisfazer a finalidade da sua natureza, está à mercê de repentinas altas ou recessões econômicas e de mudanças sociais. Conforme ele vê as coisas, nada pode fazer a respeito delas. Tudo o que quer é ser deixado em paz. Os outros que lutem, façam greves e enfrentem os patrões ou o governo. Ele nada fará, exceto, naturalmente, quando todos os seus colegas agirem em massa; sua necessidade de conformar-se é tão forte que ele estará lá com os colegas, votando a favor da greve mesmo que pense que isso é errado. Por outro lado, o homem animal poderia escolher ser o líder da greve, ou não fazer greve, porque ele tem vontade própria suficiente para sair de uma rotina, conforme ele a vê, e passar para um outro tipo de vida. Esta manobra é determinada pelo seu princípio solar, que lhe mostrou a verdade da questão. Ele, então, "segue sua estrela", uma expressão que, como já foi dito, significa ser sincero para com o seu próprio Sol. Para ser exato, a decisão de mudar foi gerada pelo desejo de não ser impedido de realizar suas possibilidades. Se ele usa este impulso animal para bons ou maus propósitos é um ponto que será discutido mais tarde, mas, sem dúvida, neste estágio ele já adquiriu um grau de arbítrio. Vemos esta característica nos líderes de cada área humana animal. Ironicamente, sem a determinação egoísta ou animal de certas pessoas não haveria progresso, político ou técnico, porque a massa de indivíduos vegetais teria permanecido em sua caverna até hoje se não tivesse sido arrastada ou impelida pelas atividades do homem animal. Observados do ângulo histórico, os heróis animais e os chamados vilões da humanidade têm seus lugares no grande propósito da Criação. As guerras purificadoras de Atila, o. Huno, contra o decadente Império Romano, foram tão necessárias quanto foi o trabalho do independente astrólogo Galileu, destruindo a velha e surrada imagem do mundo, defendida pela ciência medieval.
Neste ponto é interessante notar o fato de que as pessoas que vivem de acordo com o seu Sol encontram mais do seu destino do que aquelas que vivem de acordo com a sua Lua ou o seu Ascendente. Por isto queremos dizer que elas reagem mais integralmente às combinações astrológicas existentes em seus horóscopos. Sendo assim, os tempos bons e ruins, as crises e as mudanças, têm um efeito muito mais profundo sobre os indivíduos governados pelo Sol. Ninguém sofre tanto quanto aqueles que se esforçaram, alcançaram as alturas e caíram nas profundezas. Os indivíduos vegetais normalmente sofrem, mas não com a mesma intensidade porque sua escala de graduação é menos extrema e menos dramática. É por isso que a vida de uma pessoa verdadeiramente individualizada quase sempre é mais rica porém mais traumática do que a vida de uma pessoa que apenas vive por viver. Também é por essa razão que as punições e as recompensas pelos esforços individuais são maiores. Para o homem animal, a cobiça e a escolha é que tomam sua vida interessante. Todavia, conforme agora já se poderia reconhecer, seu destino ainda é limitado porque, embora ele possa dominar pessoas com uma vontade mais fraca do que a sua, ainda está à mercê do seu próprio desejo biopsicológico de vencer, e à mercê do medo da derrota. Ele está aprisionado por suas ambições; encerrado no seu destino até que a vitória ou derrota de si mesmo deixe de ter qualquer importância. Isto só pode acontecer quando a auto-adoração perde o significado e ele desperta para algo maior do que a manifestação mais inferior do seu signo do Sol.
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