"A Treatise on Cosmic Fire" Alice A. Bailey
A antiga escritura diz: "Que não haja pecado na multidão de palavras", porque em uma corrente de palavras, neste estágio da evolução do homem, muitas são ditas sem propósito, ou cujos motivos (quando analisados) ver-se-á que são baseados puramente na personalidade. Maior o progresso feito ao longo da senda que conduz aos Mistérios, maior é o cuidado que deve ser tomado pelo aspirante. Isto é necessário por três motivos:
1- Devido ao seu estágio evolutivo, ele é capaz de aplicar suas palavras de uma maneira que o surpreenderia, pudesse ele ver no plano mental. Ele constrói mais acuradamente do que o homem comum, e assim sua subsequente forma-pensamento é mais fortemente vitalizada, e ela desempenha sua função na qual é enviada pelo "som", ou fala, com uma maior precisão.
2- Qualquer palavra dita, e conseqüente forma-pensamento construída (a não ser que o seja sobre a via mais elevada e não baseada em impulsos personalísticos) está apta a causar uma barreira de matéria mental entre o homem e sua meta. Esta matéria, ou parede de separação, tem que ser dissipada antes que um avanço ulterior possa ser feito, e este processo é kármico e inevitável.
3- A
fala é, em grande extensão, um modo de comunicação nos níveis físicos;
nos níveis sutis, onde permanece o trabalhador, e em suas comunicações
com seus companheiros de trabalho e cooperadores escolhidos, ela
desempenhará um papel cada vez mais diminuído. A percepção intuitiva
e a telepatia recíproca distinguirá as relações entre Aspirantes e
Discípulos, e quando isto é acoplado a uma completa confiança,
simpatia e esforço unido para o Plano, nós teremos então uma formação
com a qual o Mestre pode trabalhar, e através da qual Ele pode despejar
a Sua força.
O
Mestre trabalha através de grupos (grandes ou pequenos), e o
trabalho é facilitado a Ele se o intercâmbio entre as unidades do
grupo é pronto e ininterrupto. Uma das mais freqüentes causas de
dificuldades no trabalho grupal, e conseqüente bloqueio do influxo de
força a partir do Mestre, temporariamente, está baseada no mau uso da
fala. Isto ocasiona um obstáculo no canal do plano mental, enquanto
este uso indevido da fala estiver ocorrendo.
Eu menciono estes três fatores, porque esta questão de trabalho grupal é de vital importância, e muito dele se espera nestes dias. Se em qualquer organização do plano físico, os Mestres puderem obter um núcleo nem que seja de três pessoas, que mutuamente interajam (eu escolho a palavra deliberadamente), e que desinteressadamente sigam o Caminho do Serviço, Eles podem produzir resultados mais definitivos, em um espaço de tempo mais curto, do que seja possível com um maior e ativo corpo de pessoas que possam ser sinceros e desejosas, mas que não saibam o significado da responsabilidade em contar com o trabalho mútuo, e cooperação com cada uma, e que não guardam o portão da fala.
Se um homem sair-se bem em compreender o significado da fala, se
ele aprender como falar, quando falar, e o que se ganha com a fala, e o
que acontece quando fala, ele está bem no Caminho da alcançar a sua
Meta.
A pessoa que regula a sua fala corretamente é a pessoa que vai fazer o maior progresso. Isto sempre foi compreendido por todos os líderes dos movimentos ocultistas. Aquela ordem ocultista de Pitágoras em Crotona, e muitas outras das escolas esotéricas na Europa e na Ásia, tinham uma regra de que todos os Neófitos e Probacionários não eram permitidos a falar por dois anos, a contar a partir de seu ingresso na Escola, e quando eles tivessem aprendido a se manter em Silêncio por aquele período, eles eram então permitidos a falar, uma vez que eles aprenderam uma reticência específica.
Pode ser de valor aqui se os estudantes compreenderem que todo bom orador está fazendo um trabalho de caráter notadamente oculto.
Um bom conferencista (por exemplo), é um que está fazendo um trabalho que é análogo, em pequena escala, ao trabalho executado por um Logos Solar. O que Ele fez? Ele pensou, Ele construiu, Ele vitalizou. Um conferencista, de modo semelhante, segrega o material com o qual ele vai erigir e construir sua palestra, e que ele irá vitalizar. De toda a matéria-pensamento do mundo, ele recolhe a substância que ele individualmente procura usar. Depois, ele copia o trabalho do Segundo Logos, em sabiamente construir formas com a matéria já recolhida. Ele constrói a forma, e quando ela já está edificada, ele remata por executar o papel da Primeira Pessoa da Trindade, colocando o seu Espírito, Vitalidade e Força naquilo que foi construído, de modo que se torne uma manifestação viva e vibrante. Quando um conferencista ou orador de qualquer espécie puder executar isto, ele poderá sempre manter a sua audiência, e sua audiência sempre aprenderá dele; eles reconhecerão aquilo que a forma-pensamento está destinada a transmitir.
Na vida cotidiana, quando o estudante fala, ele está fazendo também a mesma coisa; apenas que o problema freqüentemente resulta do fato de que em sua fala ele constrói algo que é costumeiramente não valioso, e o vitaliza com o tipo errado de energia, de modo que a forma, em vez de ser uma força construtiva, vital e auxiliar, é mais uma outra de caráter destrutivo, lançada ao mundo.
Se nós estudarmos as várias cosmologias do mundo, veremos que o processo de criação foi levado avante através do Som ou da Fala da Palavra. Nós temos isto na Bíblia Cristã, "No começo era o Verbo, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito podia vir à existência". Assim, de acordo com o ensinamento Cristão, os mundos foram feitos pela Palavra de Deus.
Nas Escrituras Hindus, nós descobriremos que o Senhor Vishnu, Que permanece como a Segunda Pessoa da Trindade, é chamado "A Voz". Ele é o grande Músico que construiu os mundos e o universo com a Sua Música. Ele é o Revelador do Pensamento de Deus, Que construiu o universo de Sistemas Solares.
Assim como o Cristão fala a respeito da Grande Palavra, a Palavra de Deus, o Cristo, assim o Hindu fala de Vishnu, o Grande Músico, creando a partir de Sua Música.
Na manifestação do plano físico, somos conhecidos pela nossa fala; nós somos conhecidos pela nossa reticência, pelas coisas que dizemos e pelas coisas que deixamos de dizer, e somos julgados pela qualidade de nossa conversa. Nós pensamos nas pessoas nos termos do que estas dizem, porque as suas palavras desvelam o tipo de matéria-mental em que estas trabalham e a qualidade da energia ou vida que estas colocam atrás de suas palavras.
Aos vários Logos Solares das vastas Constelações que são aparentes quando fitamos os céus estrelados, a qualidade do Logos de nosso Sistema Solar é vista através do meio daquela grande forma-pensamento que Ele construiu pelo Poder de Sua Fala, e que é energizada por Sua particular qualidade de Amor. Quando Deus Fala, os mundos são feitos, e neste tempo presente Ele está apenas no processo de Falar. Ele ainda não concluiu o que Ele tem a dizer,e porisso a presente imperfeição aparente. Quando aquela grande frase divina ou sentença que ocupa Seu pensamento chegar ao fim, nós teremos um perfeito Sistema Solar habitado por existências perfeitas.
Através da fala um pensamento
é evocado e se faz presente; é trazido da abstração e de uma condição
nebulosa, e materializado sobre o plano físico, produzindo (apenas nós
pudéssemos ver) algo muito definido em níveis etéricos. A manifestação
objetiva é produzida, porque as "Coisas são o que a Palavra as
faz quando as nomeiam". A fala é literalmente uma grande força mágica,
e os Adeptos ou Magos, através do conhecimento das forças e poder do
silêncio e da fala, podem produzir efeitos sobre o plano físico. Como
bem sabemos, é um ramo do trabalho mágico que consiste na utilização
deste conhecimento na forma de Palavras de Poder, e daqueles mantrams e
fórmulas que colocam em movimento as energias ocultas da natureza, e
chamas os devas ao seu trabalho. A fala é uma das chaves que abrem as
portas de comunicação entre os homens e os seres mais sutis. Ela dá a
pista para a descoberta daquelas entidades que são contatadas no outro
lado do véu. Mas apenas aquele que aprendeu a se manter em silêncio, e
que chegou ao conhecimento das horas em que falar, pode passar este véu
e fazer certos contatos esotéricos.
A magia consiste, nos é dito
na Doutrina Secreta, em nos reportarmos aos Deuses em Sua própria
Linguagem; deste modo, a fala do homem comum não pode alcançá-Los.
Assim sendo, aqueles que procuram aprender a linguagem oculta, aqueles
que almejam se tornar conscientes das palavras que penetrarão nos
ouvidos daqueles que permanecem no outro lado, e aqueles que procuram
utilizar as fórmulas e frases que lhes darão poder sobre os
Construtores, devem desaprender seu uso prévio das palavras, e se
restringir dos métodos ordinários de conversar. Então, a nova
linguagem será deles, e as novas expressões, palavras, mantrams e fórmulas
serão confiadas ao seu cuidado.
As leis da fala são as leis da matéria, e os estudantes podem aplicar as leis que governam a substância do plano físico ao seu uso das palavras, porque elas concernem a manipulação de matéria em outros níveis. A fala é o grande meio através do qual fazemos aparente a natureza do pequeno sistema que estamos construindo - aquele sistema no qual cada unidade humana é o sol central, porque sob a lei da atração, ele traz junto a si aquilo que ele necessita.
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