Tanto a adrenalina quanto os corticóides, liberados também em situações de estresse, têm a missão de preparar o corpo para a fuga diante do perigo. Em situações de fúria acontece a mesmíssima coisa. Assim como o medo primitivo, essa emoção tão forte tem seu lado bom, porque mobiliza para a reação. "A raiva nos dá energia para a luta", explica o médico Norvan Leite, especialista em Medicina Chinesa, da clínica Com-Ciência, que fica na capital paulista. Pode ser o combustível que nos encoraja a correr atrás dos nossos objetivos. Não confunda a raiva de que falamos aqui com irritação em alto grau ou mesmo rancor. São emoções diferentes. A ira, diferentemente das outras reações, vem de um impulso quase irrefreável diante de uma contrariedade, mas que se você parar para analisar a situação que provocou o sentimento, notará que é possível o autocontrole. "Quanto ao rancor, é próprio de pessoas que não conseguem ser assertivas, que dizem sim quando na verdade querem dizer não", diz o psiquiatra Márcio Bernick, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Não dá para aceitar tudo calado, mas também não precisa perder a cabeça. Sabedoria oriental Sentir raiva é uma reação normal, quase inevitável na convivência humana. E aí ou você explode ou engole a contrariedade. Para a Medicina Chinesa, as duas atitudes são péssimas. É tudo uma questão de energia. Ela deve circular sem amarras por todo o corpo. Quem vive soltando fogo pelas ventas despeja uma carga extra nos meridianos — canais invisíveis por onde circula a tal de energia vital, chamada de chi. Se, ao contrário, você reprime essa emoção, o fluxo se interrompe. "Em ambos os casos ocorre um desequilíbrio energético que pode ser o estopim de diversas doenças", explica o especialista Norvan Leite. Para quem anda explodindo à toa, ele recomenda comer com mais freqüência coalhada, ricota, acelga, nabo, pepino e tofu, alimentos que, segundo os orientais, esfriam a cabeça. Agora, se você anda engolindo mais sapos do que gostaria, tem que esquentar o cardápio com carne vermelha, pimenta, gengibre, pimentão, damasco e uva. Fonte: Regina Pereira – Adaptado por Vicco Consultores |